We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

Quem vai ficar até o fima da festa

by GOMALAKKA

supported by
/
  • Streaming + Download

    Includes high-quality download in MP3, FLAC and more. Paying supporters also get unlimited streaming via the free Bandcamp app.
    Purchasable with gift card

      name your price

     

1.
1. FIAT LUX Que tal seria? Se a gente pudesse olhar Pro horizonte Sem tanta venda pra tapar Que mal faria Se a gente resolver gozar Até o fim Sem tua moral pra amargar? A cidade cresce e isso enlouquece Feito uma pedra no rim Que de imóvel assim, tão imóvel assim A cidade dói em mim E o que você quer, e o que você faz, É o que você quer fazer? Ser o que eles querem, ver o que eles vêm, Isso nunca te convém Nem me segura, Que eu sou da rua Sai da minha frente que eu vou dançar, Libera mais ar pro fogo alastrar O chão treme quente Vai tudo queimar Eu me esparramo sobre o território Vou seguindo sem remorso Sei que você tenta, mas eu sigo atenta E até acho bom Quando caem as paredes Quando ardem as certezas Te convido pra dançar Sobre a brasa ainda quente O chão abre e ferve rente A cidade nunca mente O que se vê não é o que se sente A cidade quer gritar: Sai da minha frente, que eu vou dançar Sai da minha frente!
2.
2. ARMADA PRA CAUSAR Já deu minha hora, eu vou me montar Hoje eu vou sair na chuva pra me molhar Hoje eu vou sair na rua pra você me notar Tô armada pra causar, é Já deu minha hora, eu vou me montar Hoje eu vou sair na chuva pra me molhar Hoje eu vou sair na rua pra você me notar Tô armada pra causar, é A vida é uma guerra, então melhor se virar A rua não dá trégua, então eu vou me jogar Cuidado , moço, você é alvo fácil Cuidado, moço, você é alvo fácil E se de repente, e se de repente A gente se tocar, Já era A vida é uma guerra, então melhor se virar A rua não dá trégua, então eu vou me jogar Cuidado , moço, você é alvo fácil Cuidado, moço, você é alvo fácil Guerreira no asfalto Ferragem e concreto, A lua de teto, verdade nua Guerreira do asfalto Ferragem e concreto A lua de teto, verdade crua Armada pra causar De Miami a Mongaguá To Armada pra causar, Molotov e patuá Armada pra causar, Tô armada pra causar Armada pra causar Muita manha e oxalá
3.
3. THE RIDE Let me go for a ride I don´t need no name I'm just looking for someone For someone to play my game Tonight Tonight Lay your body next to mine Feel the stars under your head Let's pretend that we don´t care ‘Till we get the best we can Tonight Tonight Let me go for a ride Let me go for a ride
4.
04 - Insecta 03:40
4. INSECTA Tem sempre algo a mais Que não cabe Que empesteia o ar Dessa cidade Com gosto de podre , de morte, de pó E eu te encontrei na escuridão Eles estão por todo lado Por entre as frestas , nos buracos Eles estão em toda parte E agora é tarde, agora é tarde Enquanto marimbondos de metal Perfuram o céu da sua boca O silêncio dói, inflama Te deixa oco Te deixa só Te deixa só Insecta, em festa infecta , infesta Que ‘ce vai fazer, Quando um belo dia despertar? E quem sabe, então, vai perceber Que vendeu tua alma tão barata? Que ‘ce vai fazer, Quando um belo dia despertar? E quem sabe, então, vai perceber Que já não te sobrou nada?
5.
05 - Birra 04:03
5. BIRRA Maldita essa mania de pensar em você Eu até perco o sono esperando te ver Em cada esquina assombra uma miragem febril Meu corpo se contorce numa birra infantil Não tem como escapar Eu vou pra Bagdá Pra Cuzco ou Mongaguá Você tá sempre lá Vou despachar teu nome Na curva lá bem longe Eu vou te espatifar Da ponte que partiu, tudo Eu vou lavar meu coração na pia Eu vou lavar meu coração na pia Eu vou lavar meu coração na pia Pra me livrar de vez dessa agonia Maldita essa mania de pensar em você Eu até perco o sono esperando te ver Em cada esquina assombra uma miragem febril Meu corpo se contorce numa birra infantil Não tem como escapar Eu vou pra Bagdá Pra Cuzco ou Mongaguá Você tá sempre lá Vou despachar teu nome No alto lá bem longe Vou te petrificar Na ponte que partiu, tudo Eu vou lavar meu coração na pia Eu vou lavar meu coração na pia Eu vou lavar meu coração na pia Pra me livrar se vez da sua alegria
6.
06 - Surplus 04:34
6. SURPLUS Eu não quero nada de você Que não caiba no meu beijo Ou escape à sua mão Eu quero você por inteiro Do teu tédio ao teu tesão Eu não quero meias verdades Meias palavras Meia ilusão Eu quero você por inteiro Do teu medo ao teu desejo Eu não quero um pouco Eu quero tudo Eu não quero um pouco Eu quero tudo Agora que sei que não passarás de uma fantasmagoria Mais uma alegoria Agora que eu te faço criatura minha Eu te engulo, eu te mastigo, eu te regorgito, Pra te aprisionar nas minha entranhas Uma noite mais apenas e quantas mais serão necessárias Se os telhados imundos ainda esperam que amanheça Com um pouco de gelo e talvez mais alguns tragos Talvez, por fim, estaremos curados Dessa paisagem insana Que eu não quero pouco, Eu quero tudo Eu não quero um pouco, Eu quero tudo!
7.
07 - Glitch 03:09
7. GLITCH Que dizem teus olhos Por onde meu mundo se perdeu Que dizem teus olhos Agora que já não são meus Que dizem teus olhos Por onde meu mundo se perdeu Que dizem teus olhos Agora que já não são meus Me joguei de peito aberto, sem pensar Me estatelei no seu deserto, fiquei sem ar Você era minha casa no mundo Você era minha casa no mundo Você era minha casa no mundo
8.
8. RESSACA MORAL Eu acordei, que horas são, que dia é hoje, eu não sei Quem é você? Isso é ral alguém me diz, talvez, não sei. Eu tava lá tava lá Você também tava lá Foi você quem me chamou Me chamou pra causar A noite é uma criança E eu quero brincar Eu entrei naquela dança No meio da sala de estar Eu tava lá tava lá Você também tava lá Foi você quem me chamou Me chamou pra causar Ressaca Moral Você faz a merda Agora passa mal Ressaca Moral Você fez a merda Depois passa mal Oi tudo bem? Como você vai? Quando você vem Tanto faz meu bem Vai vai, vem vem Oi tudo bem? O que você quer Quanto você tem? Eu também tô bem Vai vai, vem Ressaca Moral Você faz a merda Agora passa mal Ressaca Moral Você fez a merda Depois passa mal
9.
9. GRAVIDADE Tô com a cabeça acelerada Meu corpo vara a multidão Eu já nem sei onde é minha casa Teus olhos sempre dizem não Tem frenesi brotando no asfalto Bandeiras mortas no salão Vejo planetas solitários No horizonte em colisão Ali te vi Cobiçando o sol Se perdendo em seu reflexo no cristal Se estilhaçar, narciso lunático Quem vai juntar todos teus cacos num só? Quem vai ficar até o fim da festa? Quem vai ficar pra lamber o chão? Quem vai fingir que isso interessa? Quem vai queimar as próprias mãos? O vento vem Pra me lembrar Que ainda tem lugar pra correr solto O vento vem Pra me lembrar Que ainda tem lugar pra correr solto

about

O álbum chega num momento em que existe uma vontade da banda de, por um lado buscar novas sonoridades, para além do tom festivo, e por outro de responder ao contexto externo em que estamos vivendo. Muita coisa mudou durante esses 14 anos de existência, até mesmo os significados de algumas letras compostas aos 20 anos de idade. Desta forma, entendemos que é um momento de amadurecimento e transição da banda, que se vê refletido nas escolhas das músicas que compõem o disco.

O álbum foi todo pensado com duas camadas - uma que caminha de acordo com a temática das letras, e outra que guia o clima do disco como um todo, indo do início de uma festa (no prólogo “Fiat Lux”) até o dia seguinte, com os efeitos dos erros da noite anterior e o clima de ressaca (na pesada e introspectiva “Gravidade”). Tudo isso criando uma ponte entre a história da banda e os dias atuais.

“Essa macronarrativa faz referência ao contexto político e social que vem se deflagrando nos últimos tempos e, em um nível mais íntimo, com a própria história da banda, cheia de altos e baixos. E o disco traz momentos intensos e outros mais introspectivos, e mesmo de dúvida, que também dialogam com o título”, conta Ciça Bracale.

O álbum traz faixas nunca lançadas do passado, singles recentes e canções inéditas até para o público fiel. Cheio de pequenas referências que vão de samples de entrevistas e citações literárias, “Quem Vai Ficar Até o Fim da Festa” foi gravado no StudioDb por Gustavo Simão, produzido e mixado por Bruno Pinho, masterizado no Studio Dissenso, com apoio do selo independente Howlin Records e da Cérebro Surdo Produções.

Faixa-a-faixa, por Ciça Bracale:

O disco se inicia com a track FIAT LUX (“faça-se a luz") e termina com a track GRAVIDADE, no sentido de peso e/ou algo grave. No prólogo do disco, incluímos “A Pequena Fábula”, de Franz Kafka, como uma bússola para definir desde que recorte vamos falar, ou desde que sentimento.

Pra nós, o que interessa daqui são duas coisas: primeiro, que é uma fábula, que normalmente abre peças teatrais, então é um convite a pensar que o disco tem uma história que vai se desenrolar, e por outro, é uma fábula meio de duplo sentido, onde parece que no fim não há esperança pra nós.

Na sequência, aparece ARMADA PRA CAUSAR, pra desenrolar a narrativa mais superficial do disco, que contaria uma pessoa indo para uma festa. A música foi composta em outro momento, especificamente durante os ataques do PCC que rolaram em 2005 em SP, com a cidade em estado de alerta. As ruas se esvaziaram, e apenas os trabalhadores e habitantes da rua, guerreiros urbanos, continuaram lá. Mas atualmente, ganha novos matizes com essa questão do armamento, pauta recorrente dessa galera que assumiu o poder. Então, podemos entender que de uma forma irônica, acreditamos no “armamento”, só se for pra causar. Mais uma vez, nossa postura e resposta à guerra que nos rodeia é o combate através da ação, e a resistência através da celebração da liberdade.

Logo, vem a THE RIDE, nossa única faixa em inglês, ela foi composta assim e tem referência direta a uns sons mais Massive Attack que estávamos ouvindo na época, então não quis mudar o idioma original. Inserimos a vinheta de Matrix para dar sequência à narrativa e essa música marca uma virada de tom no disco. Se vínhamos mais festivos com Fiat Lux e Armada, agora embarcamos nessa viagem para sonoridades mais intensas e obscuras das faixas que seguem, paralelamente, na nossa historinha, seria o momento em que o personagem toma a tal pílula e entra numa bad trip. Ou, na narrativa mais ampla, seria o que aconteceu depois das eleições das fake news. Por isso, a escolha do trecho que diz: “estou oferecendo apenas a verdade”.

O meridiano do disco é marcado por INSECTA, o single que antecipamos para funcionar como um chamariz pro disco. BIRRA vem na sequência, como aquele momento da bad trip, em que você fica com mania de perseguição, ou com uns TOC bizarros, tipo lavar a mão insistentemente. O refrão “eu vou lavar meu coração na pia” relaciona-se ao esvaziamento do sentimento. Quase uma constatação de que nada adiantou sermos tão sensíveis, e que agora só nos serve sermos mais duros para seguir, ou pra acabar de vez com essa vã alegria.

SURPLUS originalmente chamava Eu Quero Tudo, mas mudamos o nome, pois acreditamos que dentro dessa macronarrativa do disco, agregava valor simbólico ao que se está dizendo. O nome veio de um documentário que me marcou muito. Ele fala sobre esse excesso do sistema capitalista de produção, e pessoalmente eu acredito que acabamos refletindo esse comportamento do surplus nos nossos relacionamentos, de nunca estar satisfeito, de nunca ser suficiente, de sempre querer tudo - que é o que fala a música o tempo todo.

GLITCH é uma música que fala sobre frustração, sobre essa quebra de expectativa em relação ao outro. Sobre um espaço-tempo do abandono. Glitch pode se traduzir como falha. Na nossa macronarrativa fico sempre pensando em que momento perdemos a mão como humanidade. Em que momento ocorreu essa falha de comunicação para que todo esse contexto político se configurasse?

Na micronarrativa do disco, poderíamos imaginar na nossa historinha que é o momento depois dos últimos tragos, em que a personagem se apaixona por aquela pessoa estranha, e se sente segura com aqueles olhos, no meio do cenário caótico ao redor: “Você era minha casa no mundo”.

Depois dessa noitada, nossa personagem amanhece com a RESSACA MORAL. De novo, na nossa macronarrativa do contexto político, estaríamos presenciando algumas ressacas morais por aí, depois do fim da festa, depois de comemorar a derrota, mais do que a vitória. Enfim, na micronarrativa, é o dayafter da personagem, sem mais.

O disco acaba com a faixa GRAVIDADE. Musicalmente talvez seja a faixa que una mais todos essas fases da sonoridade da banda. Simbolicamente, vem como uma resposta à fábula inicial e ao contexto real em que se insere essa produção. Nossa postura acho que fica clara, ainda que de maneira implícita. E terminamos o disco com esse alento, de que ainda dá tempo. E uma ventania cuja referência é o filme Mágico de Oz. Quem assistiu o filme, sabe o que rola depois da ventania.

credits

released August 15, 2019

Ficha Técnica:
Produção e Mixagem: Bruno Pinho
Gravação: Gustavo Simão
Masterização: Studio Dissenso
Apoio: Howlin Records e da Cérebro Surdo Produções.
Letras: Ciça Bracale
Composição e arranjos:
Ciça Bracale - voz
Ale Vergueiro - bateria e beats
Rodolfo Martins - guitarra
Flavien Arker - baixo,
Renato Maia - teclados e bases.

license

all rights reserved

tags

about

GOMALAKKA São Paulo, Brazil

Ciça Bracale
Vox, Lyrics

Alexandre Vergueiro Drums, Percussions

Renato Lista Keyboards, Synths

Flavien Arker
Bass

Rodolfo Martins
Guitars
... more

contact / help

Contact GOMALAKKA

Streaming and
Download help

Report this album or account

If you like GOMALAKKA, you may also like: